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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Trabalho : gêneros textuais

Alunos, 
Como  solicitado em sala,  o trabalho sobre gêneros textuais deverá conter :
1° ) Um conceito, uma definição de cada gênero textual;
2°) Um exemplo de cada gênero textual

O trabalho deverá ter capa em que conste : nome completo, número e série.

Todo o trabalho deverá ser manuscrito. 

Os gêneros textuais  solicitados são:
1) artigo de opinião;
2) crônica;
3) editorial;
4) carta do leitor;
5) autobiografia;
6) receita culinária;
7) notícia;
8) artigo de divulgação científica;
9) Conto de assombração;
10) carta  pessoal.


A seguir um  conceito do gênero textual fábula.
 Fábula é um texto  narrativo curto, tem como personagens animais  que apresentam atitudes típicas de seres humanos. Toda fábula tem um ensinamento que também é chamado de moral.
A fábula é um gênero narrativo que surgiu no Oriente, mas foi particularmente desenvolvido por Esopo, escravo que viveu no século V a.C., na Grécia. À Esopo foi atribuído um
conjunto de grandes histórias, de caráter moral e alegórico, cujos papéis principais eram desenvolvidos por animais ou
mitos. Por meio dos diálogos entre os bichos e das situações que os envolviam, ele procurava transmitir sabedoria de caráter moral ao homem. Assim, os animais, nas fábulas, tornam-se exemplos para os seres humanos. Cada animal simboliza algum aspecto ou qualidade do homem como, por exemplo, o leão representa a força; a raposa, a astúcia; a formiga, o trabalho etc. É uma narrativa inverossímil, com fundo didático. Quando os personagens são seres inanimados (objetos), a fábula recebe o nome de apólogo.
La Fontaine foi outro grande cultor do gênero, imprimindo à fábula grande refinamento. George Orwell, com sua "Revolução dos Bichos" (Animal Farm), compôs uma fábula (embora em um sentido mais amplo e de sátira política).

Exemplo de fábula:
A cigarra e a formiga
Num dia de quente de verão, uma alegre cigarra estava a cantar e a tocar o seu violão, com todo o entusiasmo. Ela viu uma formiga a passar, concentrada na sua grande labuta diária que consistia em guardar comida para o inverno.
"D. Formiga, venha e cante comigo, em vez de trabalhar tão arduamente.", desafiou a cigarra "Vamo-nos divertir."
"Tenho de guardar comida para o Inverno", respondeu a formiga, sem parar, "e aconselho-a a fazer o mesmo."
"Não se preocupe com o inverno, está ainda muito longe.", disse a outra, despreocupada. "Como vê, comida não falta."
Mas a formiga não quis ouvir e continuou a sua labuta. Os meses passaram e o tempo arrefeceu cada vez mais, até que toda a Natureza em redor ficou coberta com um espesso manto branco de neve.
Chegou o inverno. A cigarra, esfomeada e enregelada, foi a casa da formiga e implorou humildemente por algo para comer.
"Se você tivesse ouvido o meu conselho no Verão, não estaria agora tão desesperada.", ralhou a formiga. "Preferiu cantar e tocar violão?! Pois agora dance!"
E dizendo isto,  fechou a porta, deixando a cigarra entregue à sua sorte.

Moral da história:
Não penses só em divertir-te. Trabalha e pensa no futuro. 
É melhor estarmos preparados para os dias de necessidade.

terça-feira, 1 de abril de 2014


O Homem Nu

Fernando Sabino


Ao acordar, disse para a mulher:

— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa.  Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.

— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.

— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém.   Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.

Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão.  Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.

Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:

— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.

Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.

Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares...  Desta vez, era o homem da televisão!

Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:

— Maria, por favor! Sou eu!

Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão.

Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.

— Ah, isso é que não!  — fez o homem nu, sobressaltado.

E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror!

— Isso é que não — repetiu, furioso.

Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar.  Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador.  Antes de mais nada: "Emergência: parar". Muito bem. E agora? Iria subir ou descer?  Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.

— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.

Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:

— Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso.  — Imagine que eu...

A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:

— Valha-me Deus! O padeiro está nu!

E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:

— Tem um homem pelado aqui na porta!

Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:

— É um tarado!

— Olha, que horror!

— Não olha não! Já pra dentro, minha filha!

Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.

— Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.

Não era: era o cobrador da televisão.




quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Lista dos principais prefixos gregos e latinos e dos sufixos


PREFIXOS E SUFIXOS GREGOS E LATINOS


prefixos latinos
ab-, abs-
(afastamento; separação = abuso, abster-se, abdicação);
ad-, a-
(aproximação; tendência; direção= adjacente, adjunto, admirar, agregar);
ambi-
(duplicidade= ambivalência, ambidestro);
ante-
(posição anterior= antebraço, anteontem, antepor)
bene-, ben-, bem-
(bem; muito bom= benevolência, benfeitor, bem-vindo, bem-estar);
bis-, bi-
(duas vezes= bisavô, biconvexo, bienal, bípede, biscoito);
circum-, circun-
(ao redor; movimento em torno= circunferência, circum-adjacente);
contra-
(oposição; ação contrária= contra-ataque, contradizer);
com-,con-, co-
(companhia; combinação= compartilhar, consoante, contemporâneo, co-autor);
de-, des-, dis-
(movimento para baixo; afastamento; ação contrária;negação= decair, desacordo, desfazer, discordar, dissociar, decrescer);
ex-, es-, e-
(movimento para fora; mudança de estado; separação= exonerar, exportar, exumar, espreguiçar, emigrar, emitir, escorrer, estender);
extra-
(posição exterior; superioridade= extra-oficial, extraordinário, extraviar);
in-, im-, i-, en-, em-, intra-, intro-
(posição interna; passagem para um estado; movimento para dentro; tendência; direção para um ponto incisão= inalar, injetar, impor, imigrar, enlatar, enterrar, embalsamar, intravenoso, intrometer, intramuscular);
in-, im-, i-
(negação; falta intocável= impermeável, ilegal);
inter-, entre-
(posição intermediária; reciprocidade; intercâmbio= internacional, entrelaçar, entreabrir);
justa-
(proximidade= justapor, justalinear);
pos-
(posição posterior; ulterioridade= pós-escrito, pospor, postônico);
pre-
(anterioridade; superioridade; intensidade= prefixo, previsão, pré-história, prefácio);
pro-
(posição em frente; movimento para frente; em favor de= proclamar, progresso, pronome, prosseguir);
re-
(repetição; intensidade, reciprocidade= realçar, rebolar, refrescar, reverter, refluir);
retro-
(para trás = retroativo, retroceder, retrospectivo);
semi-
(metade= semicírculo, semiconsoante, semi-analfabeto);
sub-, sob-, so–
(posição abaixo de; inferioridade; insuficiência= subconjunto, subcutâneo, subsolo, sobrepor, soterrar);
super-, sobre-, supra–
(posição superior; excesso = superpopulação, sobreloja, supra-sumo, sobrecarga, superfície);
trans-,tras-,tra-,tres-
(através de; posição além de; mudança = transbordar, transcrever, tradição, traduzir, traspassar, tresloucado, tresmalhar);
ultra-
(além de; excesso= ultrapassar, ultra-sensível);
vice-, vis-
(posição abaixo de; substituição= vice-reitor, visconde, vice-cônsul).
prefixos gregos
a-, na-
(privação; negação= ateu, analfabeto, anestesia);
ana-
(repetição; separação; inversão; para cima= análise, anatomia, anáfora, anagrama);
anfi-
(duplicidade; ao redor; de ambos os lados= anfíbio, anfiteatro, anfibologia);
anti-
(oposição, ação contrária =antibiótico, anti-higiênico, antitérmico, antítese, antípoda, anticristo);
apo-
(separação; afastamento; longe de= apogeu, apóstolo, apóstata);
arqui-,arce-
(posição superior; excesso; primazia= arquitetura, arquipélago, arcebispo, arcanjo);
cata-
(movimento para baixo; a partir de; ordem= catálise, catálogo, cataplasma, catadupa);
dia-
(através de; ao longo de= diafragma, diagrama, diálogo, diagnóstico);
di-
(duas vezes= dipolo, dígrafo);
dis-
(mau funcionamento; dificuldade= dispnéia, discromia, disenteria);
en-, em-, e-, endo-
(posição interna; direção para dentro= encéfalo, emblema, elipse, endotérmico);
ex-, ec-, exo- ecto-
(movimento para fora; posição exterior= êxodo, eclipse);
epi-
(posição superior; acima de= epiderme, epílogo);
eu-, ev-
(excelência; perfeição; verdade= euforia, evangelho);
hemi-
(metade= hemisfério);
hiper-
(posição superior; intensidade; excesso= hipérbole, hipertensão);
hipo-
(posição inferior; insuficiência= hipotrofia, hipotensão, hipodérmico);
meta-
(posteridade; através de; mudança= metamorfose, metabolismo, metáfora, metacarpo);
para-
(proximidade; ao lado; oposto a= paradoxo, paralelo, paródia, parasita);
peri-
(em torno de= pericárdio, período, perímetro, perífrase);
pro-
(posição anterior= prólogo, prognóstico);
poli-
(multiplicidade; pluralidade= polinômio, poliedro);
sin-, sim-
(simultaneidade; reunião; resumo= sinfonia, simbiose, simpatia, sílaba);
sub-, sob-, so-
(posição abaixo de; inferioridade; insuficiência= subconjunto, subcutâneo, subsolo, sobpor, soterrar);
super-, sobre- ,supra-
(posição superior; excesso= superpopulação, sobreloja, supra-sumo, sobrecarga, superfície);
trans-,tras-,tra-,tres-
(através de; posição além de; mudança= transbordar, transcrever, tradição, traduzir, traspassar, tresloucado, tresmalhar);
ultra-
(além de; excesso =ultrapassar, ultra-sensível)
vice-, vis-
(posição abaixo de; substituição= vice-reitor, visconde, vice-cônsul).


Principais sufixos

Tipos de sufixos:


Nominais – formam substantivos e adjetivos
aumentativo
-alhão, -ão, -anzil, -arra,-orra, -ázio...(copázio, bocarra, corpanzil, casarão);
diminutivo
-acho, -eto, -inho, -inha, -ote... (riacho, filhote, livrinho);
superlativo
-íssimo, érrimo, -limo... (belíssimo, paupérrimo, facílimo);
lugar
-aria, -ato, -douro, -ia... (papelaria, internato, bebedouro);
profissão
-ão, -dor, -ista... (diarista, dentista, vendedor);
origem
-ano, -eiro, ês... (francês, alagoano, mineiro);
coleção, aglomeração, conjunto
-al, -eira,-ada, -agem... (folhagem, cabeleira, capinzal);
excesso, abundância
-oso, -ento, -udo... (gostoso, ciumento, barbudo).